A definição do dicionário para fiduciário é “diz-se do que ou de quem se encontra dependente da confiança”. Repare a ausência dos termos “garantia” ou “reserva” para descrever este termo.
A moeda fiduciária (fiat money) é aquela emitida por governos e bancos centrais.
Sua aceitação é obrigatória por lei, e eventuais impostos e tributos são obrigatoriamente pagos nesta moeda.
Pode existir no formato de cédulas, moedas, ou em meio digital.
Não existe uma recompra desses valores por parte do emissor, nem tampouco a obrigação de conversão por outro bem ou ativo.
Como surgiu essa moeda
O dinheiro fiat, como conhecemos, surgiu em 1971 após o fim do padrão-ouro, quando os EUA abandonaram de vez a conversibilidade de sua moeda. Até aquele momento, todas as moedas bem sucedidas ofereciam uma garantia, e funcionavam como um recibo, um certificado de depósito.
Foi o acordo de Bretton Woods que determinou o dólar como o novo padrão monetário, um dinheiro sem valor próprio, porém defendido pela lei. A força do Estado é que obriga comércio e serviços a aceitarem o pagamento nesta moeda. No entanto, seu valor de mercado, ou seja, a quantidade de ouro ou petróleo que esta divisa compra, flutua livremente.
Qual a garantia da moeda fiduciária?
Ao contrário do imaginário popular, as reservas internacionais, bens e direitos de um país não compõem uma garantia para estas moedas.
Isso fica evidente nos casos de maxi-desvalorização, que ocorreram na última década na Argentina, Irã, Sudão e Venezuela.
Fiduciária x lastreada: qual é a diferença?
Lastro significa garantia, ou depósito. Um fundo imobiliário, por exemplo, é um ativo lastreado (garantido) em participações de imóveis físicos ou recebíveis do setor. De maneira similar, uma ação de empresa negociada na Bolsa de Valores representa uma fatia de determinada companhia.
A moeda fiduciária, o dinheiro fiat, não possui lastro. Existem países sem reservas de ouro, incluindo o Canadá. Mesmo no caso do Brasil, as reservas em moeda estrangeira, ouro, e ativos da União são insuficientes para cobrir a quantidade de dívida e moeda emitida.
Portanto, a moeda fiduciária não é um ativo lastreado. Desse modo, sua cotação varia conforme a credibilidade do governo e capacidade de obrigar as pessoas e empresas a usarem exclusivamente esse dinheiro nas transações locais.
Relação entre criptomoedas e moedas Fiat
O Bitcoin e demais moedas digitais são negociados em moeda fiduciária, assim como o ouro, petróleo e imóveis. Isso não significa que as criptomoedas dependem do dinheiro emitido por governos para sobreviver.
Na teoria, o Bitcoin e as criptomoedas foram criadas para oferecer um sistema alternativo de armazenagem e envio de valores. Ou seja, algo que funciona sem depender de bancos, governos, e do sistema financeiro tradicional.
As moedas digitais possuem regras de emissão e circulação determinadas por sistemas eletrônicos. Em resumo, são programas de computador, e os próprios usuários validam as transações e regras de uso.
Nada impede alguém de vender produtos e serviços e aceitar criptomoedas como pagamento. Tudo isso pode ser feito sem a ajuda do sistema financeiro tradicional, e já é realidade para muitas empresas e prestadores de serviços.
Quais as desvantagens das criptomoedas frente à moeda fiduciária
Em primeiro lugar, não existe obrigação de aceitar pagamentos em criptomoedas. Mesmo nos países que adotaram o Bitcoin como uma das moedas oficiais, o governo disponibilizou um aplicativo que faz conversão imediata para o dólar.
Em seguida, cada criptomoeda possui sua própria rede de usuários e validadores, portanto a segurança depende do correto equilíbrio entre os interesses dos participantes.
Por último, nas criptomoedas o usuário é o único responsável pelas chaves de acesso, a senha necessária para movimentar as moedas em sua carteira digital. Aproveite para conhecer a Coin Cloud Wallet, um aplicativo 100% grátis e seguro que armazena Bitcoin e outros 40 ativos digitais.