Artista da semana: BAGA DEFENTE

Esta série apresenta toda semana um artista NFT, falando um pouco sobre sua história e sua arte. Se você é artista e quer aparecer aqui mande uma mensagem no Instagram ou Twitter.

O artista de hoje é Baga Defente. Veja abaixo uma seção de perguntas e respostas e acompanhe o seu trabalho clicando nos link no final da matéria.

Conte um pouco sobre você e sua trajetória / biografia.

Sou Baga Defente, poeta, editor & artista-etc. que trabalha com diversos suportes e linguagens, todas atravessadas pelas poéticas do acaso, isto é, o uso consciente do inesperado, do não-controlável, na criação artística. Formado pela 1º turma da Academia Internacional de Cinema, tive meus videopoemas exibidos em mais 10 países e desde 2015 também me dedico às publicações independentes, com cerca de 20 títulos editados entre obras minhas e de outros autores através do NADA∴Studio Criativo, um híbrido de ateliê de criação multimídia com microeditora independente. Do ponto de vista temático, minhas obras exploram as fronteiras e limites entre memória e (auto)ficção, ressignificando materiais documentais em trabalhos ficcionais que mesclam reflexões sobre as relações humanas e a política com conceitos esotéricos e ocultistas. Em 2021 lancei “Pra estancar essa sangria”, livro de poemas no qual reúno minhas primeiras três obras, antes publicadas em edições artesanais de baixíssima tiragem e atualmente trabalho em um próximo livro, desta vez um metarromance experimental, e desenvolvo pesquisas e práticas artísticas relacionadas às novas tecnologias como blockchain, NFTs e metaversos. Em maio de 2022 estreei um talk show ao vivo no qual converso com membros do ecossistema Near, tendo a Gambiarra (coletivo de artistas brasileiros atuando nesta rede) como primeiro ponto focal.

Como você descreve sua arte, influências, inspirações?

São poucas as vezes na qual parto de ideias ou busco um resultado final: cada trabalho vai se apresentando enquanto é construído, vamos nos descobrindo juntos. O fato de ser autodidata, de não ter quase nenhum estudo formal ou técnico que não a prática e o fazer, me dão para liberdade para experimentar, e sinto que as poéticas do acaso otimizam isso, então eu definiria meu fazer artístico como processual e experimental, mesclando tanto técnicas, materiais e ferramentas analógicas quanto digitais.

Quais sua influências?

No cinema: Rogério Sganzerla, Godard, Stan Brakhage, Kenneth Anger, Agnès Varda. Nas artes visuais: Basquiat, Sophie Calle, Kurt Schwitters, Marcel Duchamp, Nuno Ramos. Nas letras: Hilda Hilst, Allen Ginsberg, Enrique Vila-Matas, Karl Ove Knausgaard, Murilo Mendes.

Como entrou / conheceu os NFTs?

Em fevereiro de 2021, num intervalo de poucos dias, duas pessoas distintas — um amigo próximo, de longa data, envolvido com cinema; e um recém-conhecido, que coordenava um grupo de artistas no qual eu havia recém ingressado — comentaram que estavam lendo sobre NFTs e pensaram em mim e no meu trabalho. O grupo CripoArteBR era recém-criado, me juntei a eles, comecei a acompanhar lives, a participar de discussões e entrei numa das primeiras levas do hic et nunc (Tezos). lá mintei e vendi meus primeiros trabalhos, mas por motivos pessoas, após poucos meses acabei me afastando desse universo, ao qual só retornei no último trimestre daquele ano. Em janeiro de 2022, já de volta a ativa, fui convidado para ingressar na Gambiara / Mintbase, mas foi somente em março, quando participei da fundação da Near Writer’s Guild, da qual sou membro da comunidade e, atualmente, também do conselho, foi que me engajei realmente nesse mundo.

https://bit.ly/ptvol1

“Transcriações de poesia, vol. I” é um ebook NFT de 16 páginas contendo quatro obras originais e quatro poemas originalmente escritos em português e agora traduzidos para o inglês pelo poeta e artista visual brasileiro bagadefente. Esses poemas foram selecionados porque são a gênese de seu próximo livro, “your red blood on my green wall”. Este projeto foi aprovado pela Near Writer’s Guild e financiado pela Creatives DAO

Qual o motivo de ter escolhido esta arte para ilustrar o post?

Este trabalho é minha primeira publicação que surge como NFT sem ser baseada em um trabalho prévio (ainda que os poemas em português e as artes que os ilustram já existissem). Além disso, é meu mint mais recente, o qual considero representativo de algumas áreas nas quais atuo: poesia, artes visuais, edição e diagramação.

Como vê o mercado de arte NFT?

Ele é amplo, diversificado e complexo. Acho que existe uma confusão quase conceitual, que vem do mundo da arte “convencional”, que é a diferença entre obras de arte e obras de design/colecionáveis. Pra mim, Bored Pandas e afins são os Romeros Britos dos NFTs, peças decorativas de design que trabalham com hype, fetiche e especulação de mercado. Existem obras de caráter mais experimental e conceitual, que exploram as possibilidades e recursos dos NFTs, muito interessantes sendo desenvolvidas por artistas de todo o mundo, mas que atingem públicos muito limitados — da mesma forma que existem infinitas coleções que sonham em ser os próximos animais cartunescos hiperinflacionados, mas jamais chegaram perto disso por falta de investimento de marketing. Em contrapartida, conheço artistas brasileiros que pela primeira vez estão podendo comercializar e obter parte do seu sustento a partir da venda de NFTs, então creio que o assunto seja extenso demais para ser devidamente explorado em um formulário do Google =)

Como foi o processo de mint? Alguma dificuldade técnica? Alguma dica para facilitar a entrada de novos artistas.

Tenho um lado nerd e técnico bem saliente, o que me facilita bastante a navegação por novos universos, mas lá nos primórdios, quando tudo era mato, o grupo CriptoArteBR foi de enorme importância, elaborando materiais e auxiliando quem quisesse se aventurar em seus primeiros mints. Depois fui eu quem, da mesma forma, ajudei diversas pessoas a escolherem plataformas, criarem carteiras e seus primeiros mints. A dica é buscar quem já está no rolê a mais tempo e pedir ajuda, sem medo de ser feliz. Ao menos nas comunidades brasileiras por onde transitei, a maior parte das pessoas é muito receptiva, acolhedora e disposta a ajudar quem chega querendo somar.

Como as pessoas podem te encontrar na internet?

@bagadefente em qualquer buraco da internet.

lynkfire.com/bagadefente pra explorar minhas diversas áreas de atuação. nada.art.br pra conhecer o trabalho do estúdio.

bit.ly/podloqui pra ouvir o podcast experimental que eu faço, o xodó dos meus projetos.

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Marketplaces de NFTs com obras expostas em NEAR Protocol

Paras

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